quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

essa história de sonho

Gostava da época que eu queria ser atriz, eu nem considerava que a minha eterna timidez poderia ser um problema para minha carreira imaginária. Até porque, eu tinha cinco anos. Minha imaginação não ia muito além dos aplausos no fim de uma peça.
Anos mais tarde minha mãe queria que eu fosse engenheira. De petróleo. Por causa do dinheiro. Uma ambição bondosa para uma mãe de família não-rica, que sua filha tivesse dinheiro quando crescesse. Mas na época das sugestões aquilo me irritava. Tanto! Inclusive, se essa sugestão me fosse feita hoje eu continuaria ficando irritada. Será que minha mãe não consegue enxergar dentro da minha cabeça e perceber que tenho sonhos maiores?! 
A relação entre minha mãe e eu é boa, minha relação com meus sonhos é que não é. Aparentemente levou mais ou menos 24 anos para eu e ele chegarmos a um lugar comum e ainda assim temos nossas desavenças. Ter feito 24 anos não ajudou muito, é mais ou menos nessa idade que os jovens começam a tomar um rumo e perder seus títulos de adolescentes, pelo menos na minha visão das pessoas que estão a minha volta. Mas eu ainda sou uma adolescente, com música alta na caixa de som, resposta atravessada para os membros da família e cheia das inconformidades. Não que eu não ache que os "jovens"  não façam esse tipo de estardalhaço também, mas imagino que uma vez encontrado seu objetivo de vida (e quando falo vida, na verdade estou falando de vida profissional) a maior parte da atenção fica voltada para ele, sem muito tempo para estardalhaço. Palavras da minha imaginação platônica.  
Eu e o meu sonho vamos levar mais tempo que os adolescentes normais pra encontrar um rumo. Tudo bem que normalidade é um conceito muito volátil, mas a minha preocupação não. Nem a da minha mãe. E do mesmo jeito que eu desisti de querer ser atriz e fui cursar Design de Moda eu posso deixar de querer ser isso que eu sou hoje.
Sempre penso que a vida seria mais simples se eu quisesse estudar Direito como um montão de amigos meus, porque sempre me dizem: "Pra estudar Direito tem que gostar de ler.". E eu adoro ler! Mas eu prefiro escrever.

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